quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O Grande Clássico

Aquele que é sem dúvida o Grande Clássico de Portugal nesta altura jogou-se no passado domingo à noite no estádio da Luz,  e que jogo!!!!!
Tive a felicidade de assistir ao vivo a este encontro com início de loucos, um jogo que comprova a qualidade indubitável das duas formações,  com golos,  empenho de ambas as partes e muita, mas muita intensidade no ritmo aplicado no relvado.
Clássico que é clássico tem casos. Uns queixam-se de uns lances e do lado contrário respondem com outros. A meu ver foi uma boa arbitragem,  não porque acertou sempre mas porque foi uma arbitragem coerente.  É certo que Matic poderia ter visto mais um amarelo e a entrada de Maxi poderia ter tido outra cor no cartão ou mesmo ter visto mais cedo o amarelo,  mas do lado contrário também Fernando, Mangala e Varela poderiam ter sido admoestados em lances em que tiveram entradas mais rispidas, até mesmo João Moutinho poderia ter visto um amarelo mais cedo dada a sucessão de faltas, o que iria condicionar a sua prestação defensiva no seguimento do jogo. Houve ainda mais queixas por foras de jogo mal tirados em prejuízo para os Dragões. Arbitragens de parte e vamos ao que interessa,  que jogo não foi!!!? Como já disse assisti in loco a esta magnifica partida de futebol,  por essa razão é que só o estou a analisar hoje. Quis ver o mesmo pela tv para poder ter melhor opinião sobre todos os momentos do jogo e para também perceber algumas das crónicas que li nos jornais. Sabem que tenho uma cor, como é óbvio,  mas tento ao máximo que essa cor não se sobreponha à sobriedade com que gosto de analisar as partidas.  Foi-me constando pelos jornais uma supremacia dos Azuis e Brancos algo que não me tinha ficado na retina.
Depois de assistir cuidadosamente ao encontro pela televisão consegui então tirar ilações finais.
O Porto teve sem dúvida um meio campo mais "assente" no chão, com mais trocas de bola horizontais e com algumas tentativas de explorar diagonais feitas por Varela e Danilo. Este maior espaço para criar tem  origem na pressão alta que o Benfica exerceu com Cardozo, Lima e Gaitan/Salvio numa primeira linha sobre os 4 defesas e com Matic, Enzo e quem sobrasse dos dois alas a formarem uma segunda linha sobre o quarteto Fernando/Lucho/Moutinho/Defour, ou seja, apesar da eficácia demonstrada e do espírito de solidariedade dos Encarnados este 8 para 6 permitia ao Porto uma melhor troca de bola embora com poucos efeitos práticos porque entretano a linhas do SLB uniam-se e Jackson e Varela ficavam muito sós na frente. Embora com menos bola no pé o Benfica prestigiava uma troca de bola mais vertical, também justificada pela pressão efectuada pelo adversário. O Porto colocava numa primeira linha Jackson, Varela, Lucho e Moutinho/Defour exercendo assim uma pressão mais alta sobre os Encarnados, na segunda linha baixava Lucho e juntava-se a Defour/Moutinho e Fernado, esta era a fase mais importante de destruição dos Azuis, pois se esta linha fosse ultrapassada na frente encontrávamos uma igualdade numérica que permitiu que o SLB criasse mais calafrios (poucos) apesar da circulação menos personalizada. O jogo teve 30' de intensidade extraordinária, quebrando um pouco até ao intervalo altura em que, com mais espaço, o FCP consegui maior circulação a meio campo.
Na segunda parte o Porto entrou acutilante e com vontade de pegar no jogo, Enzo vê o amarelo, obrigatoriamente torna-se mais macio e o SLB enfrenta aqui serias dificuldades em travar o meio campo Portista. Jesus identificou o problema e fez entrar para o lugar de Enzo, Carlos Martins aqui o jogo voltou a ficar mais equilibrado. Jogo a meio campo jogado longe das balizas mas sempre a um ritmo bastante elevado. Sai Defour entra Izmaylov, tudo igual no Fcp. Sai Lima entra Aimar e o meio campo benfiquista torna-se mais compacto. Nesta fase Vitor Pereira recua um pouco trocando Varela por Abdoulaye que se fixa como central ao lando de Otamendi passando Mangala para a esquerda e Alex Sandro (esgotadissimo) para extremo. Com um 4×4×1×1 o Benfica consegue ter mais tempo a bola no pé mas, à imagem do que acontecera com o Porto na primeira parte, não teve efeitos práticos à excepção de um lance em que Cardozo isolado obriga Helton a uma enorme defesa com a bola ainda a embater no poste.
Conclusão, discordo que tenha havido supremacia de qualquer parte. Grande jogo, grande equilibrio, um Porto com mais identidade na forma como guarda a bola, um Benfica fiel a sua verticalidade no processo de transição embora com muito menos espaço para criar como estão habituadas ambss as equipas.
Golos de Mangala (7'), Matic (9'), Jackson (14') e Gaitan (16'). Destaco Fernando e Matic dois gigantes no meio campo que encheram todo o terreno.
Apenas uma nota, achei curiosas as declarações de Vítor Pereira em relação às constantes bolas batidas na frente por parte do Benfica e então tive a paciência de as contar, foram 42 por parte dos encarnados contra 39 dos Azuis (não contabilizei alivios de primeira originados em cortes), esta opção de jogo é fruto do bom trabalho efectuado por ambas as equipas na forma como rapidamente tentavam recuperar a bola através de uma pressão altíssima.

O Braga cedeu contra o Nacional, 3-2 para os insulares com golos de Mexer, Diego e Ismaily (auto-golo) para a equipa das ilhas e Hélder Barbosa e Eder para os minhotos.

Jesualdo soma por vitórias os iogos ao comando dos leões, depois de vencer o Paços de Ferreira para a Taça da Liga venceu no domingo o Olhanense por 2-0 (Labyad e Adrien) naquela que foi a primeira vitória fora de casa para o campeonato.


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